quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ai, ai meu povo - como tudo vira "inho"

Existem muitas coisas legais de se voltar pra casa. Além das óbvias tipo rever os amigos, a familia, comer as comidas de que se gosta, tem a delícia de se poder digitar os acentos sem complicações ao escrever esse texto e de ouvir o sotaque de minha terra com o ouvido fesquinho. De repente, consigo perceber do que as pessoas falam quando falam do sotaque baiano e quer saber de uma? É cantado, é engraçado e é lindo, viu...

Faz tempo que havia uma propaganda de uma emissora de TV aqui na Bahia, falando das coisas boas do estado e que finalizava dizendo "isso com certeza só se vê na Bahia" e de fato tem coisas que só se vê e vive aqui mesmo. Quer um exemplo? Outro dia liguei pra um banco porque precisava resolver uma situação, e o diálogo que se seguiu foi mais ou menos assim:

BANCO: Banco tal e tal Andea, boa tarde.
EU: Boa tarde Andrea, preciso resolver isso, isso e isso, é ai com vocês mesmo?
BANCO: É sim, qual o nome da senhora?
EU: É Cristiane.
BANCO: Aguarda só um minutinho Cris, que eu vou resolver.

Aqui na Bahia em menos de cinco minutos a funcionária de um banco já estava me tratando por um apelido carinhoso. Depois de tanto tempo de Alemanha, foi gostoso me relembrar de como nosso povo não aguenta formalidade por muito tempo e transforma tudo em "inho". Devagar vira devagarinho, um pouco vira um pouquinho e mãe vira mainha. A funcionária do banco ter me chamado de Cris, não significa que ela estava tomando liberdades ou "ozadia", como a gente diz aqui. Significa simplesmente que ela deve achar que pra meus amigos e família eu sou mesmo é Crisinha e Cris só é uma consequência natural do nome Cristiane e ela tem razão. Aqui em Salvador eu sou Cris oficialmente e tenho uma série de nominhos bonitinhos pra meus amigos e minha família. Só agora sinto o quanto estava sentindo falta dessa versão mais suave e menorzinha de mim.

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